sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

CONTEC/Brasil debatendo o futuro da educação

No dia 20 de fevereiro, no auditório do Centro Universitário Unilasalle/Canoas, foi aberta a terceira edição da Conferência sobre Educação, Tecnologia, Conteúdo e Mundo Editorial da Feira do Livro de Frankfurt (CONTEC/Brasil), com o tema "O futuro da aprendizagem interativa".
 
A conferência foi criada em 2012 com a finalidade de discutir temas como leitura, consumo e produção de livros digitais e vantagens e desvantagens do uso da tecnologia em sala de aula.

O evento teve apoio da Prefeitura de Canoas e contou com a participação de palestrantes nacionais e internacionais, que trouxeram abordagens relacionadas aos novos rumos da educação, unindo tecnologia, conteúdo e mundo editorial.

 Estiveram presentes na solenidade de abertura da CONTEC/Brasil, o prefeito de Canoas, Jairo Jorge, o secretário estadual de Cultura, Luis Antônio de Assis Brasil, o presidente da Feira do Livro de Frankfurt (Alemanha), Juergen Boos, e o reitor do Unilasalle, Paulo Fossatti.

 O prefeito de Canoas em seu discurso destacou que "nunca na história da humanidade estivemos tão conectados como agora. E essa conectividade gera novas possibilidades", fazendo referência às novas tecnologias e aplicativos. Jairo Jorge destacou o líder africano Nelson Mandela, que apontava a educação como a arma mais poderosa para mudar o mundo.
 
 
PALESTRAS/PALESTRANTES
 
Na primeira palestra, Charles Schramm, diretor da empresa de consultoria KPMG, abordou o tema "Parcerias para um Futuro Digital". De acordo com ele, o avanço tecnológico de ferramentas utilizadas na educação está preparando futuras gerações. Citou um projeto implantado no Reino Unido, que resultou no aumento de 44% de melhora dos níveis educacionais. "Atualmente, melhorar a educação significa unir boa infraestrutura, aliada à tecnologia e conteúdo adequados", finalizou.

Após, ocorreu o debate mediado pelo presidente da Voice Over Portuguese, Daniel Bittencourt.
O painel "Novos Paradigmas do Ensino e do Aprendizado", contou com a participação da especialista em Marketing Online da Young Digital Planet (Polônia), Jolanta Galecka; do diretor de operações da EduSynch, Sean Kilachand; diretora da Center for Teaching through Children's Books, Junko Yokota. Os palestrantes colocaram em pauta as novas tecnologias, que há décadas estão revolucionando métodos de ensino.
Jolanta Galecka salientou que a educação deve ser pensada sob a ótica dos alunos, pois eles estão conectados aos mais diversos aplicativos e ferramentas interativas. Para ela, os alunos podem e devem auxiliar no processo educacional.
Sean Kilachand destacou a tecnologia como fundamental na educação. "Não acredito que essas ferramentas possam substituir o professor, mas auxiliar no ensino", afirmou.
Junko Yokota, contou que se utiliza muito de debates online, por acreditar nesse meio de comunicação. "Os debates online permitem a participação ativa de pessoas mais tímidas em grupos de discussão", exemplificou.
No encerramento das atividades da manhã, o destaque foi o painel "Sinais do futuro... Hoje: inovação em educação", com a mediação da Fundação SM, Maria do Pilar Lacerda. O debate contou com a participação de Anna Penido, da empresa Inspirare e do jornalista e coautor do livro "Volta ao mundo em 13 escolas, André Gravatá".
"É necessário entender as expectativas dos alunos e o mundo em que eles estão inseridos, para direcionar a educação", afirmou Ana, apresentando fotos de salas de aula ao longo dos anos. De acordo com ela, o importante é que todos tenham em mente seu projeto de vida.
André Gravatá iniciou sua apresentação com a frase: "Educação não é encher baldes, é acender fogueiras". Explicou que o livro foi feito a partir de uma pesquisa com pais, alunos e educadores, para avaliar o futuro da educação. "A educação tem que estar conectada com a vida", finalizou.
Para Heather Crosseley, os professores podem começar a pensar a fazer seus próprios aplicativos para celular e atentar para que eles também tenham essa iniciativa. "Não precisa custar uma fortuna. Às vezes, basta uma boa ideia e ter a parceria de um desenvolvedor", disse Heather.
Sobre o futuro do mercado editorial, Colin Lovrinovic disse que o acesso ficará facilitado com a tecnologia. "Todo mundo vai ter acesso a diferentes tipos de livros. As vendas dessas obras impressas podem cair, mas o total vai ser dividido em vários tipos de livros", argumentou Lovrinovic.
Uma das editoras convidadas foi a Ladybird, que desde a Primeira Guerra publica livros para crianças na Inglaterra. Nos últimos 99 anos, ela acompanhou o nascimento de diferentes gerações de crianças, participou das mudanças do mercado e se adaptou às novidades que apareceram, como o livro digital. “Hoje, as histórias chegam em muitos formatos; não se trata mais apenas do livro impresso. Publicamos aplicativos desde 2010 e nosso compromisso com leitores de todas as idades diz respeito tanto aos nossos livros digitais quanto aos físicos”, conta Heather Crossley, editora da Ladybird – hoje um selo da Penguin.
Participam, ainda, nomes como Michael Ross, da Encyclopaedia Britannica; Fávio Aguiar, da Widbook; Junko Yokota, do Center for Teaching through Children’s Books, entre outros editores, pesquisadores e profissionais da área de tecnologia. Na plateia, profissionais dessas mesmas áreas, além de educadores.
A ideia de organizar uma conferência como essa no Brasil surgiu enquanto era discutida a participação do País como o convidado de honra de 2013 da feira alemã. A primeira edição foi realizada em São Paulo, em 2012, e a segunda, no Rio, em 2013. Deu tão certo que a Feira de Frankfurt decidiu levar a conferência para a Alemanha, em outubro do ano passado. A organização, porém, ainda não conseguiu tirar o papel o modelo de evento que idealizou: uma conferência realizada paralelamente a uma feira de livros e tecnologia aplicada ao mercado editorial e à educação.
O tema desta edição da Contec é O Futuro da Aprendizagem Interativa e Marifé Boix Garcia, vice-presidente da Feira de Frankfurt, conta que a ideia é reunir protagonistas de áreas distintas para incentivar a realização, em conjunto, dos próximos passos rumo à inovação tecnológica do mercado editorial e à formação de educadores. “O Brasil é um mercado jovem e inovador e todos gostam de celulares, tablets etc. Ao mesmo tempo, existe uma grande preocupação em melhorar a educação. Nos últimos anos, surgiram grandes iniciativas públicas e privadas que trabalharam fortemente no tema digital. Claro que num país desse tamanho a infraestrutura varia de estado para estado, e isso significa um grande desafio para os governantes”, diz.
 

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