Foto: Luiz Armando Vaz / Agencia RBS
Com velocidade média de três megabits p/
segundo (Mbps), o país oferece uma das redes mais lentas do mundo.
No mês em que a internet comercial comemora 20
anos no Brasil, uma boa notícia: quase 160 milhões de pessoas já têm acesso à
rede e esse número não para de crescer. Os investimentos para ampliar a velocidade da conexão, no entanto, não seguem
o mesmo ritmo.
Com velocidade média de três megabits por segundo (Mbps), o país oferece uma das redes mais lentas do mundo. Na Coreia do Sul, por exemplo, a média é de 22,2 Mbps — uma internet seis vezes mais veloz do que a nossa.
Com velocidade média de três megabits por segundo (Mbps), o país oferece uma das redes mais lentas do mundo. Na Coreia do Sul, por exemplo, a média é de 22,2 Mbps — uma internet seis vezes mais veloz do que a nossa.
Acontece nos caminhos virtuais
brasileiros algo bastante semelhante ao ocorrido nas rodovias nos últimos anos:
aumento vertiginoso de tráfego. Mas em vez de carros, uma quantidade imensa de
dispositivos móveis entraram no mercado.
Somente no ano passado, foram vendidos 54,5 milhões de smartphones, de acordo com a consultoria IDC. O investimento em infraestrutura da rede não tem acompanhado a demanda e o resultado é uma espécie de “engarrafamento virtual.”
Somente no ano passado, foram vendidos 54,5 milhões de smartphones, de acordo com a consultoria IDC. O investimento em infraestrutura da rede não tem acompanhado a demanda e o resultado é uma espécie de “engarrafamento virtual.”
Não à toa, o Brasil vem perdendo
posições no ranking mundial que mede a velocidade média da internet nos países.
Em 2014, ficamos em 89º lugar, seis posições abaixo do que em 2013. A
velocidade média evoluiu 11% de um ano para o outro, em ritmo bem mais lento
que a grande maioria dos países. Hoje, estamos atrás de vizinhos como
Argentina, Uruguai e Chile e a léguas de distância de potências como Estados
Unidos e Japão. Vários fatores dificultam os investimentos no Brasil.
Um dos principais é geográfico.
Mesmo aportando montante semelhante de recursos que países europeus, as
dificuldades são maiores porque a área de cobertura é enorme — afirma
Eduardo Tude, da consultoria Teleco, se referindo ao tamanho continental do
país.
Na América Latina, a maior média está
no Chile, com quase cinco megabits por segundo de velocidade. Mas vale lembrar
que, dos 16 milhões de habitantes, cerca de 13 milhões estão concentrados na
capital, Santiago.
Para chegar a determinados
locais, é preciso ter viabilidade de negócio, tem de dar retorno para as
empresas. Em algumas regiões, isso não ocorre e então é importante o incentivo
do governo como o Plano Nacional de Banda Larga — afirma Tude.
Criado em 2010, o plano é uma
iniciativa do governo federal para massificar o acesso à internet em banda
larga no país, por via fixa e móvel, principalmente nas regiões mais carentes
da tecnologia. Graças ao programa, na banda larga fixa o acesso tem aumentado,
não só nos grandes centros, mas também no interior do país.
A alta do dólar e a
retração da economia, porém, reduziram os pedidos dos provedores de internet
por fibra óptica, conta Reinaldo Jeronymo, diretor comercial da Prysmian, que
fabrica cabos ópticos, voltados para a demanda de banda larga.
Empresas com acesso
ao programa Finame e ao cartão do BNDES, que não precisaram ir a bancos atrás
de recursos, mantiveram as encomendas — ressalta Jeronymo.
As operadoras — que
fornecem banda larga móvel — continuaram o ritmo de compras, afirma.
Mais do que uma
oportunidade de mercado, os investimentos das empresas são necessários para
cumprimento de metas de qualidade impostas pela Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel). No fim do mês de março, a agência reguladora
determinou que as operadoras de telefonia móvel melhorem os indicadores de
qualidade de rede em todos os municípios brasileiros. Em caso de
descumprimentos, está prevista a aplicação de multas.
As operadoras terão de
apresentar indicadores de acesso às redes de voz e dados — que medem a
disponibilidade quando o usuário deseja realizar uma conexão — acima de
85%. Os indicadores de queda de voz e de dados, que medem a taxa de desconexões
sem interferência do usuário, devem ser inferiores a 5%, informou a Anatel em
comunicado.
Banda
larga será oferecida a 95% da população até 2018, promete governo
Impulsionada pelo Programa
Nacional de Banda Larga (PNBL), a internet de alta velocidade no Brasil cresceu
44% nos últimos 12 meses e alcançou a marca de 203 milhões de acessos em
fevereiro passado, conforme informações divulgadas pela Associação Brasileira
de Telecomunicações (Telebrasil). Desse total, 178,4 milhões foram via redes
móveis, avanço de 50%, na comparação com fevereiro de 2014. A banda larga
fixa, que permite conexões mais rápidas do que a rede móvel, registrou 24,5
milhões de acessos, 9% a mais do que um ano antes.
Ministro das Comunicações,
Ricardo Berzoini promete conexão de banda larga para 95% da população
brasileira até 2018. Em audiência pública na Câmara na semana passada, Berzoini
falou sobre os investimentos para ampliação dos serviços 3G e 4G de telefonia celular.
Segundo ele, as duas tecnologias mantêm crescimento “vertiginoso” e, por isso,
as empresas ainda têm metas a cumprir: - Temos queixas
constantes quanto ao serviço. A Anatel tem o trabalho de fiscalizar e de
aplicar as multas. Temos buscado formas de fazer com que essas multas
alavanquem a qualidade do serviço.
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